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quarta-feira, 2 de maio de 2012

CONTANDO E RECONTANDO NO AMBIENTE DA SALA DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS

Escrever, contar histórias... criar aventuras... realizar desejos através da contação de histórias! É maravilhoso observar um adolescente ousando tornar-se autor/leitor de sua própria história.O leitor começa a se formar através das suas percepções no contato com o meio, através das experiências de vida. A leitura é a melhor forma de aprendizagem, refletindo na interdisciplinaridade que nos proporciona o currículo escolar. Refletir sobre a importância do escrever na formação do leitor / escritor através da escrita espontânea e da diversidade textual, leva-nos a discutir sobre o quanto é imprescindível ao educando pensar, escrever, ler o que escreveu, refletir sobre sua própria escrita e expor à apreciação do grupo ao qual pertence. Esse é todo um processo de extrema importância para o crescimento cognitivo, emocional, psicológico, social, afetivo e espiritual do sujeito. A criança escreve a partir de sua compreensão de mundo e do que é significativo para ela como aprendiz. Portanto, analisar suas produções escritas é perceber essa atividade como fator significativo no processo de desenvolvimento e construção do sujeito, é extrair as relações referenciais e ter uma visão global de si mesmo. Para o educando se dispor a ler é preciso ter o desejo dessa leitura; e para o desejo figurar nesse contexto é necessário que o sujeito seja seduzido pela escrita, que ele tenha motivos para ler, que se interesse pela informação. É na expressão dos seus sentimentos e expectativas que o sujeito se sente parte do grupo, socializando seus pensamentos, contribuindo dessa maneira para a construção dos conceitos dentro do contexto em que está inserido, aprende a argumentar, discutir, expor suas convicções numa demonstração de genuína cidadania.Todo o conhecimento da infância é construído através das brincadeiras, dos jogos, mas também, e principalmente, através das histórias contadas por pessoas com as quais convivemos, em especial, dos familiares, fortalecendo, dessa forma, os laços afetivos. A importância do contato da criança com o livro é profunda, tanto no aspecto da aprendizagem como na questão da ludicidade natural da infância. Permitir ao sujeito situações de manuseio de livros de diversos estilos, revistas, gibis, jornais, publicidades em geral, amplia a capacidade que o leitor / escritor já traz de seu convívio com o meio onde está inserido, a necessidade de conhecer mais do mundo e das pessoas com as quais convive, a afetividade entre os companheiros que trocam experiências em sala de aula.O desenvolvimento afetivo é o determinante no desejo de aprender, é básico em todo o processo de criatividade envolvendo a criança: atuando, observando e/ou criticando. Essas ações são fundamentais para a formação da personalidade do educando. Para isso, é necessário oferecer-lhe várias oportunidades nas quais possa se expressar num clima de liberdade e confiança.
Através, principalmente, da contação de histórias, pretende-se resgatar a amorosidade e a ternura predominante na criança existente em cada um de nós. Amorosidade essa, defendida por Paulo Freire, como um dos elementos básicos para sermos educadores exemplares. Resgatar a criança que mora em castelos, nas florestas encantadas, no imaginário de cada um de nós.Oportunizar a leitura e a escrita com prazer, com alegria, para o sujeito; fazendo-o compreender que pode “viajar”, encantar-se, envolver-se no enredo e com os personagens, é dar a ele condições de refletir sobre suas possibilidades de aprender, de sentir-se capaz de criar, produzir seus próprios textos, fazê-lo sentir-se autor, de conceber-se como ser vivo, atuante, participante de um grupo, com capacidade criadora, enfim, cidadão. Trabalhar a produção textual espontânea contribui, não apenas para o desenvolvimento cognitivo, mas e, principalmente, para a elevação da auto-estima. O respeito aos avanços e recuos da criança dentro do processo de aquisição da escrita é a base de uma relação saudável professor-aluno, além de proporcionar ao educando ensejos de criar sem a preocupação do certo ou errado.
                                                                           Professora Iracema Ferreira




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